Salinas e as marés
admin | 4 de julho de 2007Conheci Salinas num mês de setembro de 1980 e vi um dos mares mais belos da região. Era uma água verde, morna e límpida, com ondas suaves e constantes. Na segunda vez, durante a caminhada pelo litoral, era mês de março e as águas estavam bastante turvas. Desta vez, final do inverno, período de chuvas, voltamos para dar mais uma conferida. Passamos em Salinas num fim de semana, quase férias de verão na região. Como a maré estava muito baixa vários carros rodavam a praia, como é de costume, assim como outros estavam estacionados com pessoas bebendo, conversando e escutando música. Depois de um belo mergulho no mar fomos tomar nossa cerveja e comer um caranguejo, que por sinal é um dos melhores do Brasil. Conversa vai, conversa vem, a maré começou a subir e nós já com certa experiência de marés colocamos nossa Toyota a salvo, numa duna um pouco mais elevada. Como sempre acontece tem aquele que toma umas a mais e esquece que deixou o carro na praia. Muitas vezes são pessoas vindas do interior, que nunca viram o mar, e com razão, se empolgam. Apesar de serem alertados sobre o fenômeno das marés imensas (de 4 a 6 metros) que sobem rapidamente, temos de compreender que estas pessoas raciocinam em termos de cheias de rios, que acontecem lentamente. Lembrei então uma situação crítica acontecida anos atrás. Na ocasião, apesar do carro não estar tão próximo ao mar, a maré subiu rapidamente e atingiu um veículo deixando-o “pregado” na areia encharcada. Quando o proprietário apavorado se deu conta e quis dar a partida já era tarde. O carro atolou na areia e não houve força que o tirasse de lá. Como estava próximo às barracas, as ondas conseguiram apenas fazer entrar água por baixo, molhando os bancos. Ficaram ali então, o dono e os curiosos, esperando a maré baixar para contabilizar os prejuízos.
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